Os
Martires do Rio Cururupe
“
Memoria Viva “
A quinhentos anos atrás os portugueses invadiram nossas terras
deram o nome de Brasil apelidaram os nativos como índios achando que tinha chegado na índia. Ai
começou toda desgraça com os povos nativos
verdadeiros guardiões dessa terra, enganaram, mataram, escravizaram,
estruparam nossas índias e dizimaram
muitos povos indigenas, obrigaram a vestir roupas
Esse
genocídio a maioria da população de Ilhéus não tem conhecimento, isso a universidade, a escola e a midia não
leva ao conhecimento da sociedade brasileira, também não tem interesse em divulgar essa história que
esta tão escondida quanto a um baú de tesouro. A população de Ilhéus merece
respeito e precisa saber desses acontecimentos que aconteceram na nossa cidade,
o povo da terra da Gabriela precisa saber que antes de ser de Gabriela, ela era
primeira dos indios Tupinamba, Tupiniquins, Aimoré, Botucudos e outras etnias
que viveram aqui antes do grande massacre covarde praticado pelo governador do
Brasil, Mem de Sá, esta memória ainda está viva na cabeça dos nossos anciões
até os dias de hoje, assim também como na carta de Manoel da Nóbrega que levava
as informações para o rei de Portugal de tudo que acontecia na colônia.
“ Em 1557, com a
prosperidade da Capitania, a Coroa, em 25 de março isenta o açúcar do pagamento
dos impostos alfandegários, a produção dos quatro engenhos Ilhéus foi recorde.
Em 1559, após os colonos matarem dois índios
injustamente, os Tupiniquins revidaram matando três homens a caminho de Porto
Seguro e invadiram uma roça. Ao passarem pelo engenho de São João onde se
encontrava Tomaz Alegre, os moradores evacuaram a fazenda com medo, a notícia
circulou rapidamente e os demais engenhos em pânico esvaziaram-se, todos os
colonos e escravos, num total de mais de mil pessoas se amotinaram na vila de
São Jorge. Os índios aproveitaram o medo que os brancos cultivaram e destruíram
os quatro engenhos, roubaram fazendas, mataram e comeram o gado, encurralaram a
população na vila, sem comida e poder de fogo para enfrentá-los. Veio em
socorro Mém de Sá que desde 3 de janeiro de 1558 assumira o governo geral de
Brasil, trazendo alguns cristãos catecúmenos dos Jesuítas e outros índios
aliados. Com munição, mantimentos e homens, dentre eles Vasco Rodrigues Caldas,
já experimentado na luta contra indígenas no Recôncavo. Ao saberem da chegada
de Mem de Sá, os Tupiniquins evacuaram o cerco a vila e concentraram-se a seis
léguas da vila. Mem de Sá os perseguiu por 30 dias de guerra implacável, queimando
aldeias e os cercando no sentido interior para o litoral, onde se passou a mais
sangrenta parte desse episódio da história de Ilhéus, a ”Batalha dos Nadadores” onde os colonizadores massacraram os Tupiniquins
em pleno mar a duas léguas da praia, juntando-se os corpos lado a lado na praia
do Cururupe chegou-se a uma légua”
Assim
também como o próprio Mem de Sá conta na sua carta ao rei de Portugal o maior
massacre posto ao povos indígenas no Brasil, ele escreve bem assim:
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“Nestes tempos veio recado do
governador como o gentio [o indígena] tupinikim da capitania de Ilhéus se
alevantava e tinha morto cristãos e destruído e queimado todos os engenhos dos
lugares, e os moradores estavam cercados e não comiam já senão laranjas. Logo
pus [reuni] em conselho e posto que muitos eram de opinião que não fosse, por
não ter poder para lhes resistir nem o poder do imperador, fui com pouca gente
que me seguiu.
Na noite em que entrei em Ilhéus
fui a pé dar em uma aldeia que estava a sete léguas da vila em um alto pequeno,
todo cercado de água, ao redor de lagoas. E a destruí e matei todos os que
quiseram resistir e na vinda vim queimando e destruindo todas as aldeias que
ficaram atrás. Porque o gentio se ajuntou e me veio seguindo ao longo da praia,
lhes fiz algumas ciladas, onde os cerquei e os forcei a lançarem-se a nado ao
mar de costa [muito] brava.
Mandei outros índios atrás deles,
que os seguiram perto de duas léguas e lá no mar pelejaram de maneira que
nenhum tupinikim ficou vivo. E os trouxeram a terra e os puseram ao longo da
praia em ordem [de forma] que tomavam os corpos [alinhados] perto de uma légua.
Fiz outras muitas saídas em que
destruí muitas aldeias fortes e pelejei com eles outras vezes em que foram
muitos mortos e feridos e já não ousavam estar senão pelos montes e brenhas
onde matavam cães e galos e, constrangidos da necessidade, vieram a pedir
misericórdia e lhes dei pazes com condição que haviam de ser vassalos de Sua
Alteza [o Rei] e pagar tributos e tornar a fazer os engenhos. Tudo aceitaram e
fizeram e ficou a terra pacífica em espaço de trinta dias. Isto fiz à minha
custa dando mesada a toda pessoa honrada.”
(Carta de Mem de Sá ao rei de
Portugal, de 31/3/1560. In Silva Campos. Crônica da capitania de São Jorge de
Ilhéus. Rio de Janeiro, MEC/Conselho Federal de Cultura, 1981. p. 44).
Durante
muito tempo os índios de Olivença se calaram, negando sua identidade, isso porque não podiam se autoafirmar como indio.
Durante o Sec. XVI, XVII e XVIII na aldeia de Olivença, os índios começaram a negar
sua identidade e consequentemente sua cultura tradicional. Se algum índio fosse
pego falando sua lingua, eles cortavam a língua, e se fosse fragado fazendo
seus rituais, também eram castigados pelos colonos e jesuítas.
Antes dos negros chegarem aqui, os indios
Tupinambá já eram escravos da colônia portuguesa na vila de Olivença e no
engenho de santana, hoje Rio do Engenho, onde os índios mais trabalhavam, assim
também como os negros que chegaram em
substituição ao trabalho escravo pelos indios que se recusavam a trabalhar como
escravo com isso eles revoltaram e não
quiseram mais trabalhar na escravidão e foram acontecendo varias revoltas
indígenas em todo o Brasil.
Agora os fazendeiro e o resto dos coronéis falam que vivem nessa
terra a 80 anos mas eles se esquecem que bem antes de Pedro Alvares Cabral
invadir o Brasil o nosso povo já viviam aqui. Mesmo com todo etnocidio que nos
fizeram ,esqueceram eles
que as árvores que eles derrubaram ficou muitas sementes e essas sementes
brotaram e vem brotando a cada dia que passa “os Tupinamba”.
Hoje só porque exigimos nossos direitos que esta escrito perante a
constituição Brasileira, queremos também cobrar elembrar ao governo a obrigação
de demarcar, homologar e desintruzar todo território tradicional e ancestral
onde vivemos. Que em pleno século XXI os Tupinambás de Olivença vem sofrendo
discriminação, preconceito, perseguição, criminalização e ameaça de morte sem
nem um respeito com esses povos tradicionais que sempre teve seu jeito de
viver.
Os
indios de Olivença viviam pela razão de viver, era nomãde e não tinha local
fixo de morar, gostava de morar perto de um rio, viviam época em um lugar e
época em outro lugar, assim iam levando a vida na paz, não faltava alimento
para eles, trabalhavam somente para sobreviver, pescavam, plantavam e caçavam,
viviam sempre perto do mar, hoje não se pode mais fazer isso, porque não tem
mais animais para caçar e nem peixe para
pescar nos rios, eles comercializavam através de escambo, nunca existiu
capitalismo entre os indios, a terra sempre dava o que eles queriam, por isso a
terra é tão importante para os povos indígena do Brasil. Hoje precisamos de
nossa terra para poder viver com um pouco de paz que ainda nos resta,
precisamos que o governo olhe para os povos indígenas e lhe dê o que é de
direito, porque demarcar a terra é mais que uma obrigação, não é favor, o
Brasil tem uma divida muito grande com os povos indígenas e essa divida não tem
preço, porque o sangue que nossos antepassados derramaram não tem volta.
Katu
Tupinambá