sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Marcelo Zelic: Sul da Bahia, garantia da lei e da ordem para quem?

Marcelo Zelic: Sul da Bahia, garantia da lei e da ordem para quem?

publicado em 21 de fevereiro de 2014 às 12:09
Tribo Tupinambá de Olivença, sul da Bahia. Foto: Blog do Gusmão
por Marcelo Zelic
“Não pode, porém, a República permanecer na imobilidade com que tem assistido, em muitos casos, ao massacre de índios e sua sujeição a um regime de trabalho, semelhante ao cativeiro, sob o fundamento de lhe ser indiferente saber até que ponto pode coadunar-se com a lei e as responsabilidades de governo…” 20/06/1910 – Dr. Rodolpho Miranda Exposição de motivos para a criação do SPI
Passados 104 anos da criação do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), seguimos com o mesmo imobilismo por parte do Estado brasileiro no que diz respeito ao reconhecimento dos direitos constitucionais dos índios brasileiros e à educação adequada para o entendimento de que o Brasil é multicultural e pluriétnico.
Desde 2012, os povos Pataxó, Tumbalalá e Tupinamba da Bahia esperam a assinatura da portaria declaratória de suas terras. Segundo nossa Constituição Federal de 1988, deveria ter sido assinada por autoridade competente até 1993, mas os decretos de homologação e as portarias declaratórias repousam nas gavetas da Presidência da República e do Ministério da Justiça à espera de vontade política. Outras 18 áreas de várias partes do Brasil também estão guardadas nessas gavetas.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Olivença (terra abandonada pelo poder publico)

Olivença  (terra abandonada pelo poder publico)
Fico a me perguntar para onde vai o dinheiro do balneário tororomba em Olivença, sei que ali entra muito dinheiro, assim também como os impostos que a comunidade paga. O que vejo é uma Olivença abandonada, cheio e lixo, cheio de buracos, sem segurança, sem investimento nenhum no setor turístico, ai todos que aqui vem passar o verão não quer voltar mais, devido uma falta de respeito e comprometimento com a população local.

A foto que é fato Jorge, o amado; Índio, o abandonado

A foto que é fato
Jorge, o amado; Índio, o abandonado
A dura realidade das ruas
A frase do pensador Ricardo Cruz traduz-se como a legenda perfeita para esta foto registrada pela equipe do Jornal Bahia Online no final da tarde desta terça-feira (24) no Centro Histórico de Ilhéus.
De um lado, a estátua do escritor Jorge Amado, representado a riqueza literária de uma pobre região rica. Do outro, quase tão estática quanto a obra de broze, a imagem em carne e osso do "índio", uma figura que circula pelas ruas do centro, sobrevivendo da ajuda de poucos e invisível aos olhos de quem pode ajudar a mudar esta triste cena.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

SOMOS TODOS MARCELINOS

Caboclo Marcelino 2015 

SOMOS TODOS MARCELINOS 

um pouco das muitas histórias Por:
 Carlos José F. Santos – Casé (Angatu) (Prof. da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC / Ilhéus-Bahia)
 Katu Tupinambá (Prof. ME e diretor da Escola Estadual Indígena de Abaeté - EEITA / Ilhéus-Bahia) 

No dia 06 de novembro de 1936, o jornal Estado da Bahia, comemorando a prisão de Marcellino José Alves (Caboclo Marcelino – Índio de Olivença/Ilhéus/Bahia), dizia em sua manchete: “Era uma vez o Caboclo Marcellino”. Junto com ele também foram presos, conforme a foto a seguir tirada na cadeia de Itabuna e da esquerda para direita: Caboclinho (17 anos), Marcionilio, Marcellino, Pedro Pinto e Marcos Leite – veja foto abaixo. Porém, ouvindo as falas dos anciões de Olivença percebe-se que a manchete daquele jornal errou em sua afirmação: Marcelino continua vivo até hoje nas memorias de vários moradores do território indígena Tupinambá. A figura de Marcelino serve como um dos símbolos da luta daquele povo indígena por suas terras. Uma memória guardada pelos antepassados e que grande parte da população de Ilhéus e sociedade brasileira não tem conhecimento.