Aos parentes, companheiros, amigos, aliados e inimigos,
Estamos firme em nosso propósito, assim como a Tribo de Israel lutaram
pelo seu chão, assim nós Terena lutaremos pela nossa terra, pois somos
uma nação de guerreiros.
Todas essas terras pantaneira, a partir do chaco argentino, paraguaio e
boliviano era do nosso domínio e sustento, juntamente com o Guaikuru,
Lainã (desaparecidos) e Kininikinaua, em que cada qual respeitava o seu
território.
Com a chegada dos bandeirantes vindo do leste e os espanhóis
(castelhanos), vindo do oeste, fomos sendo exprimidos e mortos, fugindo,
correndo pra lá e pra cá,
Em 1864/70 começa a sangrenta Guerra do Paraguai nessa região,
chegam as tropas imperial, formadas por soldados mineiros e goianos, não
haviam fazendeiros na região, só um chacareiro chamado Lopes, que se juntou com
as tropas brasileiras e os Terena se apresentaram como voluntários
pra lutar contra os paraguaios (Memória Visconde de Taunay)
No inicio de 1900 começam estudos na região para implantação da linha
telegráfica/estrada de ferro e os Terena foram recrutados para
trabalhar como "boia-fria" com Rondon, pois só nós resistia a doença
tropical e conheciam o pantanal. A partir daí começaram aparecer os
"estrangeiros", criando povoados, cartórios, igrejas e grilando
grandes extensões de terra, destruindo vários sítios sagrados Terena, tudo
agora com incentivo e aval do governo republicano, nos delimitando
em pequenos "lotes". Do mesmo jeito que é feito a grilagem
ainda hoje aqui em Brasília.
Nossa população foi crescendo, se apertando. Nos Terena nunca
fomos lembrados ou reconhecidos, nessa história como guardião do
Brasil, nem da riquezas do bioma pantaneiro
Por volta de 1940 com a eclosão da II Guerra Mundial, mais
uma vez os jovens Terena se apresentam, juntando às tropas da
gloriosa FEB e parte para lutar na Itália. Nesse mesmo
período, nossa região voltaram aparecer outros estrangeiros (árabes, europeus e
japoneses, fugindo covardemente de suas pátrias com medo do Hitler), agora sim,
foram ampliando seus domínios, formando guetos políticos, social,
territoriais tornando-se grande latifundiários
Hoje com advento da informação global, jovens guerreiros Terena,
muitos universitários começaram a ter consciência de buscar
nossos direitos, esperamos por muitos anos, silenciosamente pela terra
prometida. Os governos tinham conhecimento de nossas reivindicações, nada
fizeram ou fazem. Assim ocorreu na semana passada a retomada de um pedacinho
de nossas terras que custou sangue de nossos antepassados
e agora do nosso jovem irmão guerreiro Oziel.
* VUCÁPANAVO! "ADIANTE ou AVANTE!
* Era como gritavam nossos combatentes, guerreiros Terena quando
acuado em uma batalha, era a senha.
** Fotos arquivo exército - meu tataravô sentado, pós guerra do Paraguai
com uniforme do exército imperial (eles gostavam de ostentar)
"Amar à Deus como nosso Pai, é saber respeitar Sua criação, a
Natureza!”
Carlos
Terena 61 822.61483/9166.2264