Para:Presidente da República, Supremo Tribunal
Federal
A construção da Usina
de Belo Monte é um crime contra o ecossistema, a população ribeirinha local e a
comunidade indígena que habita a região do rio Xingú. Os dados fornecidos para
implementação desta úsina é mentirosa! Sabemos que esta construção não vai suprir
a necessidade de energia necessário para o Brasil, pois, durante o regime de
seca não haverá produção de energia por um período de seis meses, ou mais!
Vejam os dados abaixo, fornecidos por pesquisadores da EMBRAPA:
"a construção da hidrelétrica irá provocar a alteração do regime de escoamento do rio, com redução do fluxo de água, afetando a flora e fauna locais e introduzindo diversos impactos socioeconômicos. Outro fator que pesa nas argumentações contra a construção é que a obra irá inundar permanentemente os igarapés Altamira e Ambé, que cortam a cidade de Altamira, e parte da área rural de Vitória do Xingu. A vazão da água a jusante do barramento do rio em Volta Grande do Xingu será reduzida e o transporte fluvial até o Rio Bacajá (um dos afluentes da margem direita do Xingu) será interrompido. Atualmente, este é o único meio de transporte para comunidades ribeirinhas e indígenas chegarem até Altamira, onde encontram médicos, dentistas e fazem seus negócios, como a venda de peixes e castanhas.
A alteração da vazão do rio, segundo os especialistas, altera todo o ciclo ecológico da região afetada que está condicionado ao regime de secas e cheias. A obra irá gerar regimes hidrológicos distintos para o rio. A região permanentemente alagada deverá impactar na vida de árvores, cujas raízes irão apodrecer. Estas árvores são a base dadieta de muitos peixes. Além disto, muitos peixes fazem a desova no regime de cheias, portanto, estima-se que na região seca haverá a redução nas espécies de peixes, impactando na pesca como atividade econômica e de subsistência de povos indígenas e ribeirinhos da região. De resto, as análises sobre o Estudo de Impacto Ambiental de Belo Monte feitas pelo Painel de Especialistas, que reúne pesquisadores e pesquisadoras de renomadas universidades do país, apontam que a construção da hidrelétrica vai implicar um caos social que seria causado pela migração de mais de 100 mil pessoas para a região e pelo deslocamento forçado de mais de 20 mil pessoas. Tais impactos, segundo o Painel, são acrescidos pela subestimação da população atingida e pela subestimação da área diretamente afetada"
Sendo assim é um projeto é inviavel! Vamos lutar contra esse crime!!
"a construção da hidrelétrica irá provocar a alteração do regime de escoamento do rio, com redução do fluxo de água, afetando a flora e fauna locais e introduzindo diversos impactos socioeconômicos. Outro fator que pesa nas argumentações contra a construção é que a obra irá inundar permanentemente os igarapés Altamira e Ambé, que cortam a cidade de Altamira, e parte da área rural de Vitória do Xingu. A vazão da água a jusante do barramento do rio em Volta Grande do Xingu será reduzida e o transporte fluvial até o Rio Bacajá (um dos afluentes da margem direita do Xingu) será interrompido. Atualmente, este é o único meio de transporte para comunidades ribeirinhas e indígenas chegarem até Altamira, onde encontram médicos, dentistas e fazem seus negócios, como a venda de peixes e castanhas.
A alteração da vazão do rio, segundo os especialistas, altera todo o ciclo ecológico da região afetada que está condicionado ao regime de secas e cheias. A obra irá gerar regimes hidrológicos distintos para o rio. A região permanentemente alagada deverá impactar na vida de árvores, cujas raízes irão apodrecer. Estas árvores são a base dadieta de muitos peixes. Além disto, muitos peixes fazem a desova no regime de cheias, portanto, estima-se que na região seca haverá a redução nas espécies de peixes, impactando na pesca como atividade econômica e de subsistência de povos indígenas e ribeirinhos da região. De resto, as análises sobre o Estudo de Impacto Ambiental de Belo Monte feitas pelo Painel de Especialistas, que reúne pesquisadores e pesquisadoras de renomadas universidades do país, apontam que a construção da hidrelétrica vai implicar um caos social que seria causado pela migração de mais de 100 mil pessoas para a região e pelo deslocamento forçado de mais de 20 mil pessoas. Tais impactos, segundo o Painel, são acrescidos pela subestimação da população atingida e pela subestimação da área diretamente afetada"
Sendo assim é um projeto é inviavel! Vamos lutar contra esse crime!!
Os signatários
Índios, os estrangeiros nativos
A dificuldade de uma parcela das
elites, da população e do governo de reconhecer os indígenas como parte do
Brasil criou uma espécie de xenofobia invertida, invocada nos momentos de
acirramento dos conflitos
ELIANE BRUM
Eliane Brum, jornalista, escritora e
documentarista. Autora de um romance - Uma Duas (LeYa) - e de
três livros de reportagem: Coluna Prestes – O avesso da lenda (Artes
e Ofícios), A vida que ninguém vê (Arquipélago, Prêmio Jabuti
2007) e O olho da rua - uma repórter em busca da literatura da vida
real (Globo).
elianebrum@uol.com.br
Twitter: @brumelianebrum
(Foto: Lilo Clareto/ Divulgação)
elianebrum@uol.com.br
Twitter: @brumelianebrum
(Foto: Lilo Clareto/ Divulgação)
A volta dos indígenas à pauta do país
tem gerado discursos bastante reveladores sobre a impossibilidade de escutá-los
como parte do Brasil que têm algo a dizer não só sobre o seu lugar, mas também
sobre si. Os indígenas parecem ser, para uma parcela das elites, da população e
do governo, algo que poderíamos chamar de “estrangeiros nativos”. É um curioso
caso de xenofobia, no qual aqueles que aqui estavam são vistos como os de fora.
Como “os outros”, a quem se dedica enorme desconfiança. No processo histórico
de estrangeirização da população originária, os indígenas foram escravizados,
catequizados, expulsos, em alguns casos dizimados. Por ainda assim permanecerem,
são considerados entraves a um suposto desenvolvimento. A muito custo foram
reconhecidos como detentores de direitos, e nisso a Constituição de 1988 foi um
marco, mas ainda hoje parecem ser aqueles com quem a sociedade não índia tem
uma dívida que lhe custa reconhecer e que, para alguns setores – e não apenas
os ruralistas –, seria melhor dar calote. Para que os de dentro continuem fora
é preciso mantê-los fora no discurso. É isso que também temos testemunhado nas
últimas semanas.
Entre os exemplos mais explícitos está
a tese de que não falam por si. Aos estrangeiros é negada a posse de uma voz,
já que não podem ser reconhecidos como parte. Sempre que os indígenas saem das
fronteiras, tanto as físicas quanto as simbólicas, impostas para que continuem
fora, ainda que dentro, é reeditada a versão de que são “massas de manobra” das
ONGs. Vale a pena olhar com mais atenção para essa versão narrativa, que está
sempre presente, mas que em momentos de acirramento dos conflitos ganha
força.
Desta vez, a entrada dos indígenas no
noticiário se deu por dois episódios: a morte do terena Oziel Gabriel, durante
uma operação da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, e a paralisação das
obras de Belo Monte, no Pará, pela ocupação do canteiro pelos mundurucus. O terena
Oziel Gabriel, 35 anos, morreu com um tiro na barriga durante o cumprimento de
uma ordem de reintegração de posse em favor do fazendeiro e ex-deputado pelo
PSDB Ricardo Bacha, sobre uma terra reconhecida como sendo território indígena
desde 1993. Pela lógica do discurso de que seriam manipulados pelas ONGs, Oziel
e seu grupo, se pensassem e agissem segundo suas próprias convicções, não
estariam reivindicando o direito assegurado constitucionalmente de viver na sua
área original. Tampouco estariam ali porque a alternativa à luta pela terra
seria virar mão de obra barata ou semiescrava nas fazendas da região, ou virar
favelados nas periferias das cidades. Não. Os indígenas só seriam genuinamente
indígenas se aceitassem pacífica e silenciosamente o gradual desaparecimento de
seu povo, sem perturbar o país com seus insistentes pedidos para que a
Constituição seja cumprida. Aí já há uma pista para o que alguns setores da
sociedade brasileira entendem como identidade “verdadeira”: ser índio seria,
quando não desaparecer, ao menos silenciar.
No caso dos mundurucus, questionou-se
exaustivamente a legitimidade de sua presença no canteiro de obras da
hidrelétrica de Belo Monte, por estarem “a 800 quilômetros de sua terra”. De
novo, os indígenas estariam extrapolando fronteiras não escritas. Os mundurucus
estavam ali porque suas terras poderão ser afetadas por outras 14
hidrelétricas, desta vez na Bacia do Tapajós, e pelo menos uma delas, São Luiz
do Tapajós, deverá estar no leilão de energia previsto para o início de 2014.
Se não conseguirem se fazer ouvir agora, eles sabem que acontecerá com eles o
mesmo que acabou de acontecer com os povos do Xingu. Serão vítimas de um outro
discurso muito em voga, o da obra consumada. A trajetória de Belo Monte mostrou
que a estratégia é tocar a obra, mesmo sem o cumprimento das condicionantes
socioambientais, mesmo sem a devida escuta dos indígenas, mesmo com os
conhecidos atropelamentos do processo dentro e fora do governo, até que a usina
esteja tão adiantada, já tenha consumido tanto dinheiro, que parar seja quase
impossível.
Adiantaria os mundurucus gritarem
sozinhos lá no Tapajós, para serem contemplados no seu direito constitucional,
respaldado também por convenção da Organização Internacional do Trabalho, de
serem ouvidos sobre uma obra que vai afetá-los? Não. Portanto, eles foram até
Belo Monte se fazer ouvir. Mas, como são indígenas, alguns acreditam que não
seriam capazes de tal estratégia política. É preciso resgatar, mais uma vez, o
discurso da manipulação – ou da infiltração. Já que, para serem indígenas
legítimos, os mundurucus teriam de apenas aceitar toda e qualquer obra – e, se
fossem bons selvagens, talvez até agradecer aos chefes brancos por isso.
Quando os indígenas levantam a voz, a
voz não seria sua. Seria de um outro, a quem emprestam o corpo. Ninguém é
ingênuo a ponto de acreditar que o discurso dos indígenas como massa de manobra
seja inocente. Ele serve a muitos interesses, inclusive o de tirar do foco os
reais interesses sobre as terras indígenas de quem o difunde. Mas esse discurso
não teria ressonância se não tivesse a adesão de uma parte significativa da
população brasileira. E esta adesão se dá, me parece, por essa espécie de
xenofobia invertida. Estes “estrangeiros nativos” ameaçariam um suposto progresso,
já que seu conhecimento não é decodificado como um valor, mas como um “atraso”,
sua enorme diversidade cultural e de visões de mundo não são interpretadas como
riqueza e possibilidades, mas como inutilidades. Neste sentido, há uma frase
bastante reveladora de como esse olhar – ou não olhar – contamina amplas
parcelas da sociedade, inclusive no governo. Ao falar em uma audiência pública
na Câmara dos Deputados, em dezembro passado, o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, disse que sua pasta atendia “da toga à tanga”. Entre os dois
extremos, podemos ver em qual deles o ministro situa o ápice da civilização e
também o seu oposto.
Há ainda uma dupla invocação do
estrangeiro nesse discurso, já que a única coisa pior do que ser “massa de
manobra” de ONGs nacionais seria ser das estrangeiras. Evocar a ameaça externa
parece sempre funcionar, como naqueles SPAMs, que volta e meia reaparecem, de
que “os gringos estão invadindo a Amazônia” – esta também, tão nossa que
podemos destruí-la, tarefa a que temos nos dedicado com afinco. Ao denunciar
uma suposta apropriação do corpo simbólico dos indígenas por outros, o que se
revela, de fato, é a frustração porque esse corpo não se deixa expropriar e
manipular pelas elites como antes. Porque apesar de todas as violências, há uma
voz que ainda escapa – e que demanda o reconhecimento de seu corpo-terra, de
seu pertencimento. Aquele que é visto como o de fora se torna um incômodo
quando diz que é parte.
Vale a pena prestar atenção em quem
amplifica o discurso dos indígenas como “massa de manobra”, para verificar que
fazem exatamente o que acusam outros de fazer: afirmam o que os indígenas,
todos eles, precisam e querem. Parece haver um consenso, inclusive, de que o
verdadeiro desejo dos indígenas seria se tornar um trabalhador assalariado e
urbano ou, pelo menos, o beneficiário de algum programa de transferência de
renda do governo.
Nesta posição, eles não atrapalhariam
ninguém – e menos ainda os produtores rurais. Este é o momento chave para a
entrada de outro discurso recorrente: o de que os indígenas querem terra
“demais”. Basta fazer as contas, como fez o jornalista Fabiano Maisonnave, na Folha de S. Paulo: com
uma população de 28 mil indígenas em Mato Grosso do Sul, os terenas têm sete
reservas, somando cerca de 20 mil hectares; já o produtor rural Ricardo Bacha,
em cuja fazenda foi morto o terena Oziel Gabriel, tem cerca de 6.300 hectares,
dos quais 800 em litígio. Se é de concentração de terra na mão de poucos que se
pretende falar, há muitos números ilustrativos que podem ser citados. Outro
dado interessante vem de uma pesquisa da Embrapa, citada em artigo do engenheiro
florestal Paulo Barreto, no site O Eco: há 58,6 milhões de
hectares de pastos degradados pela pecuária, o equivalente a 53% da área total
de terras indígenas. “A Embrapa tem demonstrado que já existem as tecnologias
para aumentar a produtividade dos pastos degradados. Assim, ocupar terra
indígena é, além de inconstitucional, prova de incompetência”, afirma Barreto.
A Embrapa é um dos novos atores que deverão ser chamados para opinar sobre as
demarcações, numa manobra para esvaziar a Funai e agradar a bancada ruralista.
O lugar de estranho
indesejado,supostamente sem espaço no Brasil que busca o desenvolvimento, tem
permitido todo o tipo de atrocidades contra indivíduos e também contra etnias
inteiras ao longo da história. Seria muito importante que cada brasileiro
reservasse meia hora ou menos do seu dia para ler pelo menos as primeiras 16
páginas do resumo do Relatório
Figueiredo, um documento histórico que se acreditava perdido e que foi
descoberto no final de 2012 por Marcelo Zelic, vice-presidente do Grupo Tortura
Nunca Mais, de São Paulo. No total, o procurador Jáder Figueiredo Correia
dedicou 7 mil páginas para contar o que sua equipe viu e ouviu. A íntegra também está
disponível na internet.
O relatório, datado de 1968, documentou
o tratamento dado aos povos indígenas pelo extinto Serviço de Proteção aos
Índios (SPI). Entre os crimes, cujos responsáveis foram nominados, mas jamais
punidos, estão os “castigos” infligidos pelos funcionários aos indígenas, como
crucificações e uma tortura conhecida como “tronco”, na qual a vítima tinha o
tornozelo triturado. Crianças eram vendidas para abusadores, mulheres,
estupradas e prostituídas. Duas aldeias de pataxós, na Bahia, foram dizimadas
para atender aos interesses de políticos de expressão nacional da época.Uma
nação indígena inteira foi extinta por fazendeiros, no Maranhão, sem que os
funcionários sequer tentassem protegê-la. O procurador cita a possível
inoculação do vírus da varíola em uma etnia de Itabuna, na Bahia, para que as
terras fossem liberadas para “figurões do governo”, assim como o extermínio de
um grupo de cintas-largas, em Mato Grosso, de várias formas: atirando
dinamite de um avião e adicionando estricnina ao açúcar, além de caçá-los e
matá-los com metralhadoras. O massacre ocorreu em 1963, ainda no período
democrático, portanto, e os que ainda assim sobreviveram foram rasgados com o
facão, “do púbis a cabeça”.
A lista é longa. É importante ressaltar
que tudo isso não se passou na época de Pedro Álvares Cabral, nem mesmo no
tempo dos bandeirantes, mas na década de 60 do século XX. Praticamente ontem,
do ponto de vista histórico. Cabe enfatizar ainda que os crimes foram infligidos
aos indígenas, num comportamento disseminado por todo o país, por
representantes do Estado brasileiro. Menciono o relatório não só porque
acredito que precisamos conhecê-lo, mas porque ele demonstra que tipo de olhar
permite que atrocidades dessa ordem tenham se tornado uma política não oficial,
mas exercida como se fosse – e não por um único psicopata, mas por dezenas de
funcionários e suas esposas, com o apoio e às vezes a ordem da direção do órgão
criado para proteger os povos tradicionais. Para estas pessoas, o corpo dos
indígenas era território a ser violado, como violada foi a sua terra. Como
aqueles sem lugar, os indígenas não eram reconhecidos como iguais, nem mesmo
como humanos. Eram o que, então? O procurador responde: “Tudo como se o índio
fosse um irracional, classificado muito abaixo dos animais de trabalho, aos
quais se presta, no interesse da produção, certa assistência e farta
alimentação”.
Para quem imagina que este capítulo é
parte do passado, vale a pena lembrar que apenas nos últimos dez anos, nos
governos Lula-Dilma, foram assassinados 560 indígenas. A Constituição precisa
ser cumprida, as demarcações devem ser feitas, os fazendeiros que possuem
títulos legais, distribuídos pelo governo no passado, têm direito a ser
indenizados pelo Estado. Mas há um movimento maior, mais profundo, que é
preciso empreender. Como “estrangeiro nativo”, uma impossibilidade, só é
possível perpetuar a violência.É necessário fazer o gesto, também em nível
individual, de reconhecer o indígena como parte, não como fora. Para isso é
preciso primeiro desejar conhecer, o gesto que precede o reconhecimento. Só
então o Brasil encontrará o Brasil.
Fonte: http://revistaepoca.globo.com//Sociedade/eliane-brum/noticia/2013/06/indios-os-estrangeiros-nativos.html
Os indígenas brasileiros: genocídio e etnocídio cultural.
Ao contrário do que sempre
pensamos e do que os livros didáticos contavam, os portugueses não foram os primeiros
povoadores do Brasil, pois
havia habitantes nativos aqui antes da chegada dos europeus. Esses habitantes
nativos e suas comunidades foram chamados pelos europeus de indígenas,
fazendo referência às Índias, local ao qual os portugueses acreditavam ter
chegado.
Os índios, habitantes das comunidades indígenas, até o ano de 1500, momento dos primeiros contatos com os europeus, possuíam mil e quatrocentos povos, aproximando-se de um quantitativo de 3 a 5 milhões de indígenas.
Os índios, habitantes das comunidades indígenas, até o ano de 1500, momento dos primeiros contatos com os europeus, possuíam mil e quatrocentos povos, aproximando-se de um quantitativo de 3 a 5 milhões de indígenas.
As comunidades indígenas
possuíam e ainda possuem características diferentes, começando pela língua:
existiam e ainda existem vários troncos linguísticos, como o Tupi ou
Macro-Tupi, Macro-Jê e Aruak.
Essas comunidades também apresentavam e ainda apresentam diferentes práticas culturais, diferentes crenças e diversos ritos religiosos. Segue um breve levantamento de alguns povos indígenas que habitam ou já habitaram o território brasileiro: Araweté, Avá-Canoeiro, Bororo, Cinta larga, Guarani, Javaé, Kaingang, Karajá, Kayapó, Krahó, Munduruku, Pataxó, Tapirapé, Terena, Ticuna, Tupinambá, Xakriabá, Xavante, Xerente, Xingu, Yanomami, entre outros.
Os povos indígenas eram divididos em nômades e seminômades: eles se deslocavam constantemente de uma região para outra até o esgotamento dos recursos vegetais e animais disponíveis, ou seja, deslocavam-se à procura da pesca, da caça e do pequeno plantio para a sobrevivência.
Grande parte dos povos indígenas morava em aldeias, pequenas comunidades. Muitos pesquisadores das culturas indígenas defendiam a ideia de que esses povos possuíam uma organização política, mas não tão complexa como a dos não índios. Geralmente as lideranças de uma aldeia derivariam dos valores culturais e sociais que os guerreiros e chefes espirituais ostentariam dentro de suas comunidades.
Durante o contexto histórico brasileiro (desde 1500 até a atualidade), os povos indígenas sofreram um processo de conquista, dizimação física (genocídio) e violência cultural (etnocídio) iniciado pelos portugueses e perpetuado, posteriormente, pela população brasileira.
Atualmente, segundo pesquisas do órgão do governo, IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 734.131 pessoas se declaram como indígenas, mas, segundo a FUNAI (Fundação Nacional do Índio), se considerarmos como índios somente as pessoas que habitam as reservas indígenas, o número do IBGE reduziria para 358 mil indígenas, com a sua grande maioria concentrada nas regiões do Nordeste, Amazonas e Centro-Oeste.
Muitos dos hábitos, costumes, alimentação e crenças da sociedade brasileira são herança direta dos povos indígenas, como, por exemplo: o hábito de andar descalço, o costume de dormir em rede, o hábito da pesca e caça, alimentação à base de mandioca, farinha, polvilho, beiju, além das crenças na eficácia das plantas como alternativa para cura de doenças.
Essas comunidades também apresentavam e ainda apresentam diferentes práticas culturais, diferentes crenças e diversos ritos religiosos. Segue um breve levantamento de alguns povos indígenas que habitam ou já habitaram o território brasileiro: Araweté, Avá-Canoeiro, Bororo, Cinta larga, Guarani, Javaé, Kaingang, Karajá, Kayapó, Krahó, Munduruku, Pataxó, Tapirapé, Terena, Ticuna, Tupinambá, Xakriabá, Xavante, Xerente, Xingu, Yanomami, entre outros.
Os povos indígenas eram divididos em nômades e seminômades: eles se deslocavam constantemente de uma região para outra até o esgotamento dos recursos vegetais e animais disponíveis, ou seja, deslocavam-se à procura da pesca, da caça e do pequeno plantio para a sobrevivência.
Grande parte dos povos indígenas morava em aldeias, pequenas comunidades. Muitos pesquisadores das culturas indígenas defendiam a ideia de que esses povos possuíam uma organização política, mas não tão complexa como a dos não índios. Geralmente as lideranças de uma aldeia derivariam dos valores culturais e sociais que os guerreiros e chefes espirituais ostentariam dentro de suas comunidades.
Durante o contexto histórico brasileiro (desde 1500 até a atualidade), os povos indígenas sofreram um processo de conquista, dizimação física (genocídio) e violência cultural (etnocídio) iniciado pelos portugueses e perpetuado, posteriormente, pela população brasileira.
Atualmente, segundo pesquisas do órgão do governo, IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 734.131 pessoas se declaram como indígenas, mas, segundo a FUNAI (Fundação Nacional do Índio), se considerarmos como índios somente as pessoas que habitam as reservas indígenas, o número do IBGE reduziria para 358 mil indígenas, com a sua grande maioria concentrada nas regiões do Nordeste, Amazonas e Centro-Oeste.
Muitos dos hábitos, costumes, alimentação e crenças da sociedade brasileira são herança direta dos povos indígenas, como, por exemplo: o hábito de andar descalço, o costume de dormir em rede, o hábito da pesca e caça, alimentação à base de mandioca, farinha, polvilho, beiju, além das crenças na eficácia das plantas como alternativa para cura de doenças.
Por Leandro Carvalho
Mestre em História
Mestre em História
Ministro da Justiça vai pedir adiamento de votação da PEC 37
Ainda não há acordo sobre a proposta
entre as polícias e o Ministério Público. Manifestações populares são
contrárias à PEC.
Alexandra Martins
Cardozo participará de negociações
sobre a proposta.
O ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, vai pedir ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, que
suspenda temporariamente a votação da Proposta de Emenda à Constituição37/11.
A proposta restringe a investigação criminal às polícias federal e civis, o que
impede o Ministério
Público de abrir inquéritos. A votação da PEC
está marcada para a próxima quarta-feira (26).
Um dos motivos do pedido de adiamento é
a falta de acordo entre as polícias e o Ministério Público sobre a proposta.
Duas reuniões de negociação foram marcadas para a semana que vem.
O adiamento é apoiado pelos membros do
grupo de trabalho que tenta há mais de um mês um acordo. O colegiado é formado
por integrantes do Ministério da Justiça, do Ministério Público, por policiais
e pelos deputados Bernardo Santana de Vasconcellos (PR-MG) e Fabio Trad
(PMDB-MS).
Consenso
Fabio Trad acredita que o consenso está próximo. “Já se admite como consenso que o Ministério Público tenha que investigar. Também se admite como consenso que esta investigação tem que ser extraordinária. Tudo isso é um avanço”, disse o deputado. “O que se discute agora é como essa condição excepcional vai se materializar. Ela vai se concretizar com indícios de atividade criminosa, através da inércia das autoridades policiais?", questionou.
Consenso
Fabio Trad acredita que o consenso está próximo. “Já se admite como consenso que o Ministério Público tenha que investigar. Também se admite como consenso que esta investigação tem que ser extraordinária. Tudo isso é um avanço”, disse o deputado. “O que se discute agora é como essa condição excepcional vai se materializar. Ela vai se concretizar com indícios de atividade criminosa, através da inércia das autoridades policiais?", questionou.
O presidente em exercício da Câmara,
deputado Andre Vargas (PT-PR), também já manifestou ser favorável ao adiamento
da votação, principalmente por causa das manifestações populares contrárias à
proposta.
Negociação
As reuniões de conciliação da semana que vem serão feitas separadamente, uma com o Ministério Público, outra com policiais. Todas vão ter a mediação do ministro da Justiça e dos deputados.
As reuniões de conciliação da semana que vem serão feitas separadamente, uma com o Ministério Público, outra com policiais. Todas vão ter a mediação do ministro da Justiça e dos deputados.
A proposta usada como base nas
negociações permite que o Ministério Público investigue, mas de forma
excepcional, com regras e controle da Justiça. O texto inicial foi aceito pelos
policiais, mas recusado pelos procuradores e promotores. A ideia dos deputados
é melhorar a proposta para que seja votada no lugar do texto original da PEC
37.
Íntegra da proposta:
A rua é do povo! E o Brasil é nosso! Milhares
foram marchar ontem. Os políticos nos observam com medo e espanto. Eles não
entendem que há um novo Brasil surgindo. Um Brasil que é nosso e somos nós
que vamos decidir o que fazer com ele.
O preço do ônibus pode subir sem diálogo com a população? Talvez no passado, agora não pode mais -- nesse momento os governadores e prefeitos de várias cidades do país estão anunciando a redução das tarifas em coletivas de imprensa. A polícia pode abusar da sua força para reprimir protestos pacíficos e sair impune? Não, se não permitirmos - balas de borracha são mais fracas do que a voz do povo. Nós, brasileiros, agora decidimos virar o jogo: somos nós, cidadãos, que decidiremos o que os políticos e as instituições públicas farão e não o contrário. Essa é a nova democracia que nasceu do povo para o povo.
Dentro de alguns dias, a PEC37 será votada no Congresso -- se passar, colocará uma mordaça no sistema de defesa público, barrando a investigação de políticos corruptos. Vamos contra-atacar -- os políticos estão com um pé atrás agora e se fizermos barulho suficiente poderemos impedí-los e mostrar que a era de abuso político e impunidade acabou. Junte-se agora e espalhe para todos:
O preço do ônibus pode subir sem diálogo com a população? Talvez no passado, agora não pode mais -- nesse momento os governadores e prefeitos de várias cidades do país estão anunciando a redução das tarifas em coletivas de imprensa. A polícia pode abusar da sua força para reprimir protestos pacíficos e sair impune? Não, se não permitirmos - balas de borracha são mais fracas do que a voz do povo. Nós, brasileiros, agora decidimos virar o jogo: somos nós, cidadãos, que decidiremos o que os políticos e as instituições públicas farão e não o contrário. Essa é a nova democracia que nasceu do povo para o povo.
Dentro de alguns dias, a PEC37 será votada no Congresso -- se passar, colocará uma mordaça no sistema de defesa público, barrando a investigação de políticos corruptos. Vamos contra-atacar -- os políticos estão com um pé atrás agora e se fizermos barulho suficiente poderemos impedí-los e mostrar que a era de abuso político e impunidade acabou. Junte-se agora e espalhe para todos:
Etnias indígenas apresentam propostas para educação nas aldeias
Escrito por Daniela Novais 20:32:00 07/11/2012
Crédito : Mario Venere
No mês de outubro, cerca de trinta etnias indígenas
se reuniram em Porto Seguro na Bahia, no IX Encontro sobre Leitura e Escrita em
Sociedades Indígenas e discutiram temas atuais e prioritários para as escolas e
comunidades indígenas. Um dos objetivos do IX ELESI é ampliar o acesso dos
povos indígenas aos meios formais de transmissão de conhecimento, como as
escolas regulares.
Após o evento, os representantes desses povos
apresentaram propostas para efetivação de políticas públicas, assegurando
direitos constitucionais básicos para a educação de comunidades indígenas.
O evento contou com a participação e representantes
das etnias Atikum, Baniwa, Fulniô, Guarani, Guarani Mbya, Ka’apor, Kaimbé,
Kaiowá, Kantaruré, Karajá, Kiriri, Kuikuro, Manchinery, Munduruku, Pankararé,
Pankararu, Pankaru, Pataxó, Pataxó Hãhãhãe, Payayá, Potiguara, Terena,
Tupinambá, Tuxá, Xucuru Kariri, Xucuru do Ororubá, Yeka’uana.
Leia abaixo o documento final com as propostas dos povos
indígenas em prol da educação. http://www.ixelesi.org/
Carta Final do IX Encontro sobre Leitura e escrita
em Sociedades Indígenas – IX ELESI.
Nós, povos indígenas Atikum, Baniwa, Fulniô,
Guarani, Guarani Mbya, Ka’apor, Kaimbé, Kaiowá, Kantaruré, Karajá, Kiriri,
Kuikuro, Manchinery, Munduruku, Pankararé, Pankararu, Pankaru, Pataxó, Pataxó
Hãhãhãe, Payayá, Potiguara, Terena, Tupinambá, Tuxá, Xucuru Kariri, Xucuru do
Ororubá, Yeka’uana, reunidos no IX Encontro sobre Leitura e escrita em
Sociedades Indígenas, no período de 22 a 26 de outubro de 2012, no município de
Porto Seguro Bahia, com o objetivo de discutir temáticas atuais e
prioritárias para as escolas e comunidades indígenas, vimos encaminhar nossas
propostas para efetivação de políticas públicas, assegurando direitos
constitucionais básicos. Neste sentido apresentamos as propostas abaixo:
PROPOSTAS
1. Assegurar na matriz curricular das escolas
indígenas uma carga horária maior que possibilite o trabalho com a língua mãe
de cada povo, direito já garantido em lei;
2. Proporcionar formações aos professores indígenas
não falantes de sua língua indígena, relacionadas à cultura, à etnia e ao
ensino da língua, aos professores, para que possam ensinar aos alunos em sala
de aula;
3. Fornecer orientações para os professores
indígenas que já trabalham com alfabetização na língua indígena, acompanhamento
pedagógico constante para registros dos trabalhos realizados com os alunos;
4. Promover formações de profissionais indígenas
para trabalhar a questão da educação especial linguística e cultural dos povos
indígenas;
5. Possibilitar que professores das línguas
indígenas ou atuantes na educação escolar indígena tenham mais acesso às
formações específicas na área;
6. Exigir que as autoridades contribuam com o livre
acesso dos indígenas ao seu território, sem ameaças e/ou perseguições;
7. Ampliar os espaços de discussão do poder público
com povos indígenas visando fortalecer a política educacional indígena;
8. Garantir a todos profissionais da área de
educação escolar indígena condições para mobilizar, articular e encaminhar
propostas voltadas para a politica educacional indígena do Brasil;
9. Ampliar cotas nas universidades para professores
indígenas e concluintes do ensino médio, principalmente no extremo-sul da
Bahia;
10. Promover formações voltadas para as línguas
indígenas visando fortalecer a atuação dos educadores no processo de
“revitalização” das línguas;
11. Promover ações voltadas para a valorização da
Interculturalidade dos povos indígenas do Brasil;
12. Promover a aplicabilidade em relação à
produção de material didático pelos próprios professores indígenas, visando
atender não só as escolas indígenas como todas as escolas da rede publica de
ensino do país;
13. Regulamentar nos estados e municípios com
oferta de educação escolar indígena a carreira do professor indígena no quadro
do magistério indígena, seguido de concurso publico específico e diferenciado
para professores e servidores das unidades escolares indígenas;
14. Implementar a oferta da educação escolar
indígena na modalidade de educação integral nas esferas estaduais e municipais,
segundo a demanda de cada etnia.
15. Que as legislações da educação escolar
indígena, garantidas no marco legal, sejam respeitadas e praticadas em sua
amplitude;
16. Que a Universidade do Estado da Bahia – UNEB
através do Curso de Licenciatura Intercultural em Educação Escolar Indígena –
LICEEI, adquira ônibus escolar e laboratório móvel para potencializar as aulas
tempo comunidade e estudos de pesquisa durante todo o curso;
17. Que a Universidade do Estado da Bahia –
UNEB publique os resultados dos projetos desenvolvidos no tempo comunidade,
propostos pela LICEEI servindo como material de subsídio à prática pedagógica
nas escolas;
18. Que os órgãos governamentais possam garantir a
pesquisa e acompanhamento de linguistas de acordo com a
necessidade no trabalho de “revitalização” das línguas indígenas dos povos da
Bahia. (Diante da realidade dos povos indígenas da Bahia, os quais devido ao
processo de colonização e transição que sofreram não são mais falantes fluentes
das suas línguas. Esses povos sentem a necessidade de revitalizar as línguas
ancestrais, considerando cada tronco linguístico para o fortalecimento da
prática pedagógica diferenciada e da identidade enquanto povo indígena.);
19. Garantir o ingresso de professores indígenas
graduados nas escolas indígenas (estaduais e municipais) para atuar nos cursos
de ensino médio;
20. Garantir que as direções das escolas estaduais
sejam escolhidas em processos democráticos, garantindo a participação de
servidores da própria comunidade;
21. Garantir o acompanhamento de indígenas no
processo seletivo do concurso público específico;
22. Promover Seminários em cada estado para
discussão sobre Educação Escolar Indígena com o objetivo de encontrar parceiros
para garantia de uma educação de qualidade em busca da reafirmação de convênios
com prefeituras, instâncias estaduais e federais como SESAI e FUNAI;
23. Ampliar a participação dos órgãos públicos
(educação, saúde, meio ambiente) nos seminários para discussão das questões
específicas das comunidades indígenas;
24. Elaborar projetos para produção de material
didático e paradidático específico e bilíngue com a participação das
comunidades indígenas;
25. Apoiar a pesquisa linguística de cada
comunidade, produzindo materiais didáticos e para didáticos que sejam fruto do
pensamento e da realidade de cada povo/comunidade indígena, com foco na
preservação cultural e autosustentação dos povos indígenas;
26. Reconhecimento das línguas indígenas nas
esferas municipais, estaduais e federal de ensino, respeitando e dando
condições necessárias de acordo com a realidade de cada povo;
27. Garantia de segurança permanente para o povo
Guarani Kaiowá no seu território, assegurando o direito sagrado de
circular com tranquilidade dentro e fora do seu território;28. Agilizar a
demarcação das terras dos povos Guarani e Kaiowá, como assegura a constituição
brasileira;
29. Garantir aos professores falantes de suas
línguas o trabalho de multiplicadores nos estabelecimentos de pesquisa e nos
cursos de licenciaturas das universidades;
30. Promover cursos de especialização voltada para
o atendimento à alunos com necessidades especiais;
31. Garantia dos direitos educacionais já
adquiridos, independente da mudança de governantes na gestão pública;
32. Garantia de continuidade dos cursos de
pós-graduação para professores indígenas (especialização, mestrado e
doutorado);
33. Promover encontros anuais dos acadêmicos
indígenas do Brasil;
34. Garantir aos professores indígenas o
protagonismo na implementação da lei 11.645/08 através da realização de
seminários envolvendo os professores da educação básica;
35. Considerando a realidade dos Povos Indígenas e
o avanço no domínio de suas línguas, considerando em suas necessidades aqueles
que são portadores de necessidades especiais, sugerimos que sejam
possibilitados os seguintes direitos aos Portadores Nacionais Indígenas de Necessidades
Especiais – PNE’s:
- Acessibilidade à Educação Escolar Indígena para
as crianças, jovens e adultos portadores de necessidades especiais;
- Possibilitar a formação escolar regular e
profissionalizante para os PNE’s indígenas;
- Facilitar o acesso às Políticas Públicas do país
aos PNE’s indígenas como forma de garantir a qualidade de vida destes;
- Promover a formação específica para os
professores/profissionais que atuem na Educação Escolar Indígena com PNE’s;
- Garantir a aposentadoria dos PNE’s indígenas;
- Possibilitar/Garantir a acessibilidade aos
Programas Federais, Estaduais e Municipais de saúde, educação, moradia,
trabalho e lazer aos PNE’s indígenas.
- Criar espaços para discussão dos povos
indígenas sobre o acesso e a permanência do indígena com deficiência;
- Formação de professores para o atendimento às
crianças especiais mantendo o suporte necessário;
36. Valorização dos próprios índios e da estrutura
de suas línguas, língua oral, variações dialetais;
37. Formação dos professores na área de
lingüística;
38. Promover espaços de discussões junto com os
índios nas instâncias governamentais, nas universidades, para formular
uma política Lingüística Indígena e apontando estratégicas de trabalhos para o
fortalecimento político e financeiro das línguas indígenas no Brasil;
39. Reconhecimento das línguas indígena através de
Leis Municipais, Estaduais e Federal;
40. Criar estratégias para acessibilidade e
aplicabilidades pelos seus falantes nas aldeias, nas escolas, nas
universidades, nas igrejas, assim, nossas línguas jamais serão exterminados;
41. Desenvolver iniciativas visando unificar ou
trabalhar em parceria, isso as universidades, os
pesquisadores, principalmente brasileiros(as), as áreas da Linguística, como a
Linguística Histórica, a sociolinguística, ou outras áreas que estude as
línguas indígenas. Tanto no estudo das línguas indígenas quanto no estudo das
variedades do português falado pelas indígenas;
42. Criação de Registro de Línguas Indígenas no
IFHAN;
43. Promover encontros para discutir novas
estratégias e preservação das línguas indígenas especialmente os que estão
ameaçadas. Seguir o exemplo do II Encontro Internacional sobre Línguas e
Culturas dos Povos Tupi realizado pelo LALI/UnB 2008 em Brasília;
44. Regularizar as licenciaturas interculturais
dentro das universidades tornando-as cursos regulares;
45. Regularização do ensino médio nas aldeias
indígenas;
46. Incluir no currículo das licenciaturas a
disciplina Direito Indígena;
47. Elaboração de material didático para formação
de professores, respeitando cada povo, seus costumes e rituais;
48. Acesso à educação superior e apoio à
permanência dos estudantes nos cursos regulares dos institutos e universidades
federais e estaduais;
49. Realizar manifestações conjuntas para
pressionar o atendimento às demandas dos povos indígenas;
50. Exigir mais participação da FUNAI no
acompanhamento e controle social das políticas públicas;
51. Criar programas municipais para
contribuir com o fortalecimento das línguas indígenas;
52. Socializar experiências do cotidiano escolar
relacionadas ao esporte, cultura e meio social, através de materiais didáticos
impressos e digitalizados e por outros materiais permanentes;
53. Promover cursos voltados para o aperfeiçoamento
de estudos em todas as áreas do conhecimento para atender aos educadores das
escolas Kiriri;
54. Organizar programas de formação de professores
indígenas por etnia e tronco lingüístico;
55. Apoio financeiro e logístico aos professores
com outros agentes da comunidade como pajés, caciques, lideranças para
elaboração de livros históricos, políticos, genealógicos (pesquisa sobre a
origem de cada povo) dos povos indígenas;
56. Fiscalização do MEC com a merenda escolar nas
comunidades;
57. Apoio do MEC e outros ministérios aos autores e
escritores indígenas, lideranças, pajés e membros da comunidade;
58. Contratação de indígenas para atuar nas ações
de fiscalização, reflorestamento, agricultura, agroecologia, agrofloresta,
criação de peixes e crustáceos nas aldeias à beira mar;
59. Criar nas secretarias de educação dos estados e
municípios, um núcleo de atendimento à educação escolar indígena;
60. Diagnosticar, com apoio do Ministério da
Educação e Ministério da Ciência e Tecnologia, a situação das línguas indígenas
do Brasil para contribuir com a formulação de política linguística
nacional.61. Promover, com apoio do Ministério da Educação e Ministério da
Ciência e Tecnologia, no ano de 2013, com a participação dos indígenas e
pesquisadores não-indígenas, encontro nacional para discutir as políticas
direcionadas para as línguas indígenas brasileiras:
62. Garantir verba para implementação e manutenção
das iniciativas que buscam promover a revitalização de língua.
Porto Seguro-BA, 22 a 26 de outubro de 2012
Conselho Indigenista Missionário Cimi adicionou 3 novas fotos.
"A PEC 215 ataca diretamente nossa vida, se ela for aprovada não vamos viver em paz. Essa PEC precisa ser enterrada", afirma Fred Guajajara em audiência hoje, 26, de novembro na Câmara dos Deputados com deputados da Frente Parlamentar Indígena e representante da UNPO, organização que atua na defesa de espaços e comunidades tradicionais no Parlamento Europeu.
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