terça-feira, 20 de novembro de 2012


Os Martires do Rio Cururupe
“ Memoria Viva “
A quinhentos anos atrás os portugueses invadiram nossas terras deram o nome de Brasil apelidaram os nativos como  índios achando que tinha chegado na índia. Ai começou toda desgraça com os povos nativos  verdadeiros guardiões dessa terra, enganaram, mataram, escravizaram, estruparam nossas índias  e dizimaram muitos povos indigenas, obrigaram a vestir roupas
Esse genocídio a maioria da população de Ilhéus não tem conhecimento,  isso a universidade, a escola e a midia não leva ao conhecimento da sociedade brasileira, também não  tem interesse em divulgar essa história que esta tão escondida quanto a um baú de tesouro. A população de Ilhéus merece respeito e precisa saber desses acontecimentos que aconteceram na nossa cidade, o povo da terra da Gabriela precisa saber que antes de ser de Gabriela, ela era primeira dos indios Tupinamba, Tupiniquins, Aimoré, Botucudos e outras etnias que viveram aqui antes do grande massacre covarde praticado pelo governador do Brasil, Mem de Sá, esta memória ainda está viva na cabeça dos nossos anciões até os dias de hoje, assim também como na carta de Manoel da Nóbrega que levava as informações para o rei de Portugal de tudo que acontecia na colônia.
“ Em 1557, com a prosperidade da Capitania, a Coroa, em 25 de março isenta o açúcar do pagamento dos impostos alfandegários, a produção dos quatro engenhos Ilhéus foi recorde. Em 1559, após os colonos matarem dois índios injustamente, os Tupiniquins revidaram matando três homens a caminho de Porto Seguro e invadiram uma roça. Ao passarem pelo engenho de São João onde se encontrava Tomaz Alegre, os moradores evacuaram a fazenda com medo, a notícia circulou rapidamente e os demais engenhos em pânico esvaziaram-se, todos os colonos e escravos, num total de mais de mil pessoas se amotinaram na vila de São Jorge. Os índios aproveitaram o medo que os brancos cultivaram e destruíram os quatro engenhos, roubaram fazendas, mataram e comeram o gado, encurralaram a população na vila, sem comida e poder de fogo para enfrentá-los. Veio em socorro Mém de Sá que desde 3 de janeiro de 1558 assumira o governo geral de Brasil, trazendo alguns cristãos catecúmenos dos Jesuítas e outros índios aliados. Com munição, mantimentos e homens, dentre eles Vasco Rodrigues Caldas, já experimentado na luta contra indígenas no Recôncavo. Ao saberem da chegada de Mem de Sá, os Tupiniquins evacuaram o cerco a vila e concentraram-se a seis léguas da vila. Mem de Sá os perseguiu por 30 dias de guerra implacável, queimando aldeias e os cercando no sentido interior para o litoral, onde se passou a mais sangrenta parte desse episódio da história de Ilhéus, a ”Batalha dos Nadadores” onde os colonizadores massacraram os Tupiniquins em pleno mar a duas léguas da praia, juntando-se os corpos lado a lado na praia do Cururupe chegou-se a uma légua”


Assim também como o próprio Mem de Sá conta na sua carta ao rei de Portugal o maior massacre posto ao povos indígenas no Brasil, ele escreve bem assim:




 

“Nestes tempos veio recado do governador como o gentio [o indígena] tupinikim da capitania de Ilhéus se alevantava e tinha morto cristãos e destruído e queimado todos os engenhos dos lugares, e os moradores estavam cercados e não comiam já senão laranjas. Logo pus [reuni] em conselho e posto que muitos eram de opinião que não fosse, por não ter poder para lhes resistir nem o poder do imperador, fui com pouca gente que me seguiu.
Na noite em que entrei em Ilhéus fui a pé dar em uma aldeia que estava a sete léguas da vila em um alto pequeno, todo cercado de água, ao redor de lagoas. E a destruí e matei todos os que quiseram resistir e na vinda vim queimando e destruindo todas as aldeias que ficaram atrás. Porque o gentio se ajuntou e me veio seguindo ao longo da praia, lhes fiz algumas ciladas, onde os cerquei e os forcei a lançarem-se a nado ao mar de costa [muito] brava.
Mandei outros índios atrás deles, que os seguiram perto de duas léguas e lá no mar pelejaram de maneira que nenhum tupinikim ficou vivo. E os trouxeram a terra e os puseram ao longo da praia em ordem [de forma] que tomavam os corpos [alinhados] perto de uma légua.
Fiz outras muitas saídas em que destruí muitas aldeias fortes e pelejei com eles outras vezes em que foram muitos mortos e feridos e já não ousavam estar senão pelos montes e brenhas onde matavam cães e galos e, constrangidos da necessidade, vieram a pedir misericórdia e lhes dei pazes com condição que haviam de ser vassalos de Sua Alteza [o Rei] e pagar tributos e tornar a fazer os engenhos. Tudo aceitaram e fizeram e ficou a terra pacífica em espaço de trinta dias. Isto fiz à minha custa dando mesada a toda pessoa honrada.”
(Carta de Mem de Sá ao rei de Portugal, de 31/3/1560. In Silva Campos. Crônica da capitania de São Jorge de Ilhéus. Rio de Janeiro, MEC/Conselho Federal de Cultura, 1981. p. 44).
Durante muito tempo os índios de Olivença se calaram, negando sua identidade, isso  porque não podiam se autoafirmar como indio. Durante o Sec. XVI, XVII e XVIII na aldeia de Olivença, os índios começaram a negar sua identidade e consequentemente sua cultura tradicional. Se algum índio fosse pego falando sua lingua, eles cortavam a língua, e se fosse fragado fazendo seus rituais, também eram castigados pelos colonos e jesuítas.
 Antes dos negros chegarem aqui, os indios Tupinambá já eram escravos da colônia portuguesa na vila de Olivença e no engenho de santana, hoje Rio do Engenho, onde os índios mais trabalhavam, assim também como   os negros que chegaram em substituição ao trabalho escravo pelos indios que se recusavam a trabalhar como escravo  com isso eles revoltaram e não quiseram mais trabalhar na escravidão e foram acontecendo varias revoltas indígenas em todo o Brasil.

Agora os fazendeiro e o resto dos coronéis falam que vivem nessa terra a 80 anos mas eles se esquecem que bem antes de Pedro Alvares Cabral invadir o Brasil o nosso povo já viviam aqui. Mesmo com todo etnocidio que nos fizeram ,esqueceram eles que as árvores que eles derrubaram ficou muitas sementes e essas sementes brotaram e vem brotando a cada dia que passa “os Tupinamba”.
Hoje só porque exigimos nossos direitos que esta escrito perante a constituição Brasileira, queremos também cobrar elembrar ao governo a obrigação de demarcar, homologar e desintruzar todo território tradicional e ancestral onde vivemos. Que em pleno século XXI os Tupinambás de Olivença vem sofrendo discriminação, preconceito, perseguição, criminalização e ameaça de morte sem nem um respeito com esses povos tradicionais que sempre teve seu jeito de viver.
Os indios de Olivença viviam pela razão de viver, era nomãde e não tinha local fixo de morar, gostava de morar perto de um rio, viviam época em um lugar e época em outro lugar, assim iam levando a vida na paz, não faltava alimento para eles, trabalhavam somente para sobreviver, pescavam, plantavam e caçavam, viviam sempre perto do mar, hoje não se pode mais fazer isso, porque não tem mais animais para caçar e nem peixe  para pescar nos rios, eles comercializavam através de escambo, nunca existiu capitalismo entre os indios, a terra sempre dava o que eles queriam, por isso a terra é tão importante para os povos indígena do Brasil. Hoje precisamos de nossa terra para poder viver com um pouco de paz que ainda nos resta, precisamos que o governo olhe para os povos indígenas e lhe dê o que é de direito, porque demarcar a terra é mais que uma obrigação, não é favor, o Brasil tem uma divida muito grande com os povos indígenas e essa divida não tem preço, porque o sangue que nossos antepassados derramaram não tem volta.
                                                                                            Katu Tupinambá